quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

cona de dona de pastelaria

Ano novo, cona nova. É o que diz um provérbio português com muita razão. Eu, que sempre fui um aficcionado da imensa riqueza semântica nacional, aproveitei esta época de esperança num novo ano para visitar (numa visita de estudo, como não podia deixar de ser) as raízes mais profundas deste povo.
É verdade que chegando ao centro de Guimarães pude verificar, com a minha natural indiferença de alentejano, que aquele que dizem ser o pai de Portugal, um tal de Afonso, não passava de um abichanado que podia muito bem ter entrado no teledisco YMCA dos Village People. Mas isso só me deu forças. Toda a gente sabe que em terra de abichanados a cona salta mais. É como o peixe fora de água, basta aproximarmo-nos e ela dá sinal de vida.
Não foi preciso muito para encontrar. Entrei numa loja do centro histórico para perguntar se podia mijar e, para além do meu Zezinho ter expelido ali toda a sua impureza urinária, ainda pôde vir-se duas vezes. É que à falta de papel higiénico para limpar a pontinha do Zezinho (tratar a pissa por diminutivo é um acto de coragem, dizem) vim cá fora à procura de qualquer coisa para o mesmo efeito e só encontrei uma bandeira dum clube de futebol. A gaja, que pela barriga que apresentava devia ter comido as natas todas que faltavam no balcão, veio atrás de mim como que a rosnar por causa daquele trapo e, desrespeitando toda a privacidade que um homem deve ter quando mija, entrou naquele pequeno compartimento que eu dividia com uma sanita e um mictório partido. Ficámos entalados um no outro e, melhor ainda, o Zezinho foi-se entalando na cona da gaja.
Talvez tenha sido a primeira foda que dei sem me mexer, podendo assim afirmar com orgulho que já me iniciei nas burguesas práticas sadomasoquistas. A coisa tinha demorado uns dois minutos de tão viva que estava aquela cona, não fosse o facto de tão entalados que estávamos nenhum de nós ter conseguido sair. Esperámos quinze minutos a ver se alguém nos salvava mas, entretanto, o meu Zezinho começou a mostrar nova disposição para a foda.
Ora, todos sabem que segunda foda é sempre mais duradoura que a primeira, e naqueles vinte minutos que a coisa durou, connosco quietos entre paredes e o Zezinho aos saltos, aquela mulher do berço da nossa nação entrou nos terrenos pantanosos da defecação durante o sexo. Eu vim-me dentro dela e ela veio-se sobre a ponta dos meus sapato, tudo ao mesmo tempo.
Foi o suficiente para conseguirmos sair dali, tal era o tamanho do cagalhão. Foi como respirar fundo depois de ter estado debaixo de um peso morto durante quase meia-hora, mas quem não se queixa é o meu Zezinho, que mandou a primeira do ano e ainda se limpou a uma bandeira branca. Ele e os meus sapatos.

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